segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Sartre e a Origem da Angústia

Vale a pena ler esse texto de muito valia:
               ( Texto tirado:http://filosofonet.wordpress.com/2010/10/10/sartre-e-a-angustia-da-escolha/)
O grande problema do homem moderno é a falta de sentido  da vida e o vazio de sua  interioridade.  O indivíduo não sabe o que quer e também não sabe o que sente.  Constantemente vive reclamando da vida e em conflito consigo mesmo. Algumas vezes encontra-se  angustiado ou em depressão.  Sua vida é regular e monótona, realiza atos habituais e rotineiros. Levanta-se sempre a mesma hora,  segue sempre o  mesmo trajeto para o trabalho,  volta para casa sempre no mesmo horário. Ao chegar em casa faz sempre as mesmas  atividades, como assistir televisão, tomar uma cerveja ou ficar na internet.  A  grande maioria abandonou aquela ambição típica da juventude de ser feliz a qualquer custo, viajar o mundo e conhecer pessoas interessantes.
A falta de sentido da vida provém da incapacidade do ser humano se auto-conhecer e de agir como ser pensante e autônomo. Ao não perscrutar e analisar sua existência e seu mundo  interior, o indivíduo torna-se incapaz de dirigir sua própria vida. Vivemos uma época em que os indivíduos perderam a exuberância, perderam a capacidade de viver à vida apaixonadamente. O homem moderno não tem mais a responsabilidade pelo que é. Ele perdeu a capacidade de fazer alguma coisa por si mesmo e se sentir bem com a vida.   A falta de sentido, de objetivos, de finalidade tornou-se  a condição existencial do homem contemporâneo. O desespero tornou-se parte da condição humana. Em uma entrevista Sartre  reconheceu que “via no desespero uma imagem lúcida do que era a condição humana” (SARTRE, 1980, p. 19).  
        Em uma época onde os valores se relativizaram e onde vazio interior e falta de sentido tornaram-se parte da experiência humana, o existencialismo tem algo muito importante a nos oferecer.   É um instrumento que pode nos ajudar a superar nossas angústias e nos levar à liberdade, nos ajudando a agir de forma autônoma.  O existencialismo pode nos ajudar a repensar nossa própria vida e nossas ações no mundo. Mas antes devemos saber o que é isto,  o existêncialismo?  
           Com a segunda guerra mundial  o homem experimentou a barbárie, a regressão social  e a falta de sentido da vida. Tornou-se comum no vocabulário das pessoas a famosa frase de Sartre: “A existência precede a essência”.  Sartre explicou essa frase em uma conferência, que o tornou famoso: “O existencialismo é um humanismo”. Nesta conferência ele procurou defender sua filosofia das críticas que lhe eram feitas e procurou  introduzir o público leigo nos conceitos de sua filosofia.    Sartre iniciou sua  palestra explicando o fundamento de sua filosofia. Para isso, ele usou um exemplo de como um objeto é feito, imaginou como um corta-papel seria projetado.  No nosso dia-a-dia nos deparamos com uma infinidade de objetos. Se pensarmos como eles são feitos, chegamos à conclusão de  que todos seguem uma receita, um plano.   Para criarmos um corta-papel,  temos que planejar, temos que ter uma idéia de sua forma, seu tamanho, suas características e sua finalidade.  Para que este objeto torne-se funcional, temos que ter um projeto em nossa mente.  Neste caso a essência do objeto precede sua existência.  Este exemplo bastante simples mostrar-no que,  se Deus existisse,  ele seria parecido com  um fabricante de corta-papel, pois  teria criado o mundo a partir de um projeto.    Contudo, para Sartre este raciocínio não se aplica a existência humana. O existencialismo de Sartre é ateu. Ele defende a tese de que “a existência precede a essência”. Não há um Deus criador, um demiurgo, que antes planejou o ser humano a  partir de uma idéia prévia, assim como o escultor produz sua obra a partir da matéria bruta. O ser humano simplesmente existe e só define sua essência a partir do que ele fizer de si mesmo. Não existe uma natureza humana pronta, acabada e pré-definida. O homem é livre para fazer o que quiser de sua vida. A essência do indivíduo se define por aquilo que  ele faz de si mesmo. Isso significa que o homem está condenado à liberdade. Não existe destino, o destino somos nós que fazemos. 
           O existencialismo de Sartre postula que o homem não é um “ser em-si”, não é um objeto inanimado como as coisas no mundo. Só as coisas são em-si.  O homem é um “ser para-si”, pois tem consciência de si mesmo. O homem é um ser da liberdade, da escolha. É aquele que deseja e escolhe o que deseja. Mas não se trata de obter o que se quer, mas desejar com a alma, com discernimento, com autonomia, determinar-se a querer por si mesmo. Dessa forma, o homem nada é, mas torna-se o que se é quando constrói sua própria liberdade e, portanto, sua própria essência. 
         É notório que em nossa época o homem moderno não escolhe autenticamente a vida que quer levar. Ele assume compromissos sociais, morais e religiosos que geralmente não pode cumprir.  Por escolher mal ele paga um preço muito alto, pois não consegue se libertar de suas escolhas e fica angustiado.  Para Sartre a angustia surge da consciência de nossa liberdade, surge da responsabilidade por nossos atos.  “É na angústia que o homem toma consciência de sua liberdade (…) na angústia que a liberdade está em seu ser colocando-se a si mesmo em questão”. (SARTRE, 2002, p.72).  Dessa forma,  a angústia   resulta da revelação da nossa própria liberdade sem peias, limitada apenas por si mesma, fonte absoluta de todo sentido.  Mas esta liberdade “só é descoberta reflexivamente, quando, engajado no mundo, em vez de realizar meus possíveis (se se quiser, meus fins ou meu futuro), eu os aprendo como meus” (MOUTINHO, 2003, p.77)  
          Sartre diagnosticou em nossa época  que a maior parte  dos seres humanos preferem  não ser livres. O homem prefere a não-liberdade do que sentir a angústia de escolher sua própria liberdade.  Alguns homens  prendem-se a riquezas, outros a fama. Uns levam o peso de seu orgulho, outros o peso da solidão. Uns prende-se ao casamento, outros a religião. Um curva a cabeça ao seu chefe, outro a familia.  Só para exemplificar, hoje em dia nós vemos uma grande parte dos casais vivendo juntos sem amor, apenas se suportando. Isso por causa dos filhos, por causa dos bens ou mesmo por dependência psíquica em relação ao outro. A vida torna-se insuportável. O resultado são as brigas, as traições,  a ansiedade, as compulsões e as neuroses. Também há profissionais que fazem a mesma atividade e odeiam o que fazem, são incapazes de mudar de vida. Ficam na mesma profissão por anos a fio, mesmo odiando o que fazem. É um desperdício das capacidades físicas, intelectuais e da criatividade.   A explicação de Sartre para estes problemas está na angústia da escolha. O homem tem medo da liberdade. Para muitos seres humanos a liberdade gera a angústia. Muitos não suportam esta angústia e para não assumir a liberdade, fogem dela. São incapazes de escolher. São homens da má-fé.  A má-fé é a atitude característica do homem que não é capaz de escolher. Este tipo de homem aceita passivamente sua situação, pensa que sua vida é assim porque Deus quis e que  não pode mudar seu destino. Ele aceita os valores, normas e regras da tradição passivamente sem nunca refletir sobre elas. Ele engana a si mesmo e pensa que é dono de seus atos.
           O exemplo de má-fé no amor é bastante ilustrativo.  Para Sartre a união amorosa é um conflito irreconciliável, já que assimila a própria individualidade e a do outro em uma mesma transcendência. Em conseqüência disso, implica o desaparecimento do caráter de um dos dois. Quem ama limita a liberdade alheia, apesar de respeitá-la. Dessa forma, no amor a atitude da má-fé acontece quando o indivíduo está com alguém há anos sem sentir amor, mas por questões morais, religiosas ou por gratidão, fica assim mesmo com a pessoa. Ele não a ama, mas dissimula para si mesmo que a ama.  Ele não quer fazer uma escolha pela qual teria que se responsabilizar. O indivíduo recusa a dimensão do para-si e torna-se em-si. Ele é um objeto, uma coisa, o puro nada. É o homem responsável que recusa sua liberdade e se torna um ser conformado.   
         Quando não  temos convicção sobre o que realmente  desejamos  e sentimos,  somos levados a desejar e a querer o que a sociedade ou grupos nos inculcam. A ambição e as metas que temos não são nossas, mas aprendemos e a adquirimos  de outros. Lutar pelo êxito financeiro, procurar ser um profissional bem sucedido, ter fama ou poder para sermos amados e admirados torna-se  uma ilusão. O resultado disso é a ansiedade, o vazio interior e a solidão.  Quando os verdadeiros sentimentos e desejos se perdem surge a apatia e a resignação. A vida torna-se fútil, sem emoções e os sonhos perdem sua importância.  Esse medo e  incapacidade de escolher nos leva ao vazio.   O vazio vem do sentimento do nada que experimentamos. A pior coisa que pode acontecer a um homem é o nada. O nada é o não-ser, o não se realizar, o não querer mais, é o cansaço e a impotência.
MOUTINHO, Luiz D.S.  Sartre:Existencialismo e Liberdade. São Paulo: Moderna, 2003
SARTRE. J. L’Existentialisme est un humanisme. Paris: Gallimard. Col. Folio. 1996
SARTRE. J. O testamento de Sartre.  Paris: 1980. L&PM, São Paulo, p. 17-64. Entrevista concedida a Benny Lévi para Nouvel Observateur
SARTRE, J. P. O Ser e o Nada: Ensaio de ontologia fenomenológica, trad. Paulo Perdigão Petrópolis: Vozes, 2002.

domingo, 1 de setembro de 2013

Vivemos em tempo do TUDO É FAST

Esse artigo retrata bem o que ontem percebi.Estudo filosofia a distância,e longe 240 km do polo presencial.Ontem foi dia de me deslocar para lá.Muito bem,entrei em meu carro e fui.Já pela br,eu a 110 km-hr,outros carros me apodavam em alta velocidade.Muitos carros potentes,outros,com carros menos potente.E aquilo me levou a ir refletindo.As pessoas querem viver lentamente aproveitando suas vidas a 140 km-hora.Muitas em ultrapassagem perigosas.E eu que andava numa velocidade que considero boa,elas me ultrapassavam e olhava.Algumas eu até olhei.E suas expressões era tipo:Anda logo tartaruga!Pois bem realmente vi que essas pessoas adotam método do TUDO é FAST.Mesmo colocando suas vidas em perigo.Um desespero para chegar a algum destino.Penso que se tivesse uma cabeça fechada faria as mesmas ignorâncias delas.Mas eu, a 110 km fui aproveitando a paisagem,curtindo o percurso,enquanto aquelas,malemás viram coisa alguma,porque estavam apressadas a chegar em algum lugar.E pensei,se eu quisesse correr eu praticaria,automobilismo,stok car,fórmula indy,até mesmo fórmula 1.Mas eu sou motorista, e não um piloto de corrida.Não aproveitam mais as paisagens,vento no rosto.Essas sensações.Começo a pensar os porquês das pessoas estarem em turmas e serem vazias,se sentindo solitárias.Fazem sexo,bebem..namoram...dizem até curtirem a vida,mas sempre estão sentindo-se vazias.Mas como sou neófita ainda na arte de filosofar...achei um artigo extraordinário.E compartilho com voces.O que bem retrata tudo que penso...sobre essa tudo é fast.Tudo é miojo!Então penso sabedoria ,é vc ter um automovél que marca 220km,mas anda a 110km.Não por medo,mas por consciência!
Com a lucidez e abrangência e senso de humor que lhe é peculiar, Cortella discorre uma palestra baseada em seu livro Não Nascemos Prontos – Provocações Filosóficas:
O grande desafio humano é resistir à sedução do repouso, pois nascemos para caminhar e nunca para nos satisfazer com as coisas como estão. A insatisfação e um elemento indispensável para quem, mais do que repetir, deseja criar, inovar, refazer, modificar, aperfeiçoar.
Assumir esse compromisso é aceitar o desafio de construir uma existência menos confortável, porém ilimitada e infinitamente mais significativa e gratificante.

Aliás, quem não tem tempo ou mesmo saco para assistir por completo esta palestra deveria saber os motivos desta desmotivação justamente assistindo.
Ela realizou-se em um Seminário sobre Família, Escola e Cidadania: Quais os caminhos? – que aconteceu em Florianópolis/Santa Catarina em 2007. 
Algumas notas interessantes sobre esta 1ª parte do vídeo:
“…os motivos que não nascemos prontos…”
“…os jovens de hoje: desejos são direitos…”
“…citação de Contardo Calligaris que diz que os jovens de hoje parecem adultos em férias…”
“…citação de Frei Beto…que dizia quando era criança, o que valorizava o tênis que eu usava era que EU usava…EU dava valor ao calçado…”
“…a ética do óbvio…”
“…o mundo que nós vamos deixar para os nossos filhos depende muito do tipo de filho que nós vamos deixar para o mundo…”
“…geração miojo…”
“…a importância da convivência…”
“…as coisas para acontecerem demoram um processo, dá trabalho…”
Palestra Não nascemos prontos – parte 1
Algumas notas interessantes sobre esta 2ª parte do vídeo:
“…acatar o prático nem sempre é o certo…”
“…o almoço de 15 minutos: a gente precisa vir mais é tão gostoso quando a gente sai…”
“motel gastronômico…”
“…os jovens precisam saber que as coisas possuem um processo para existir…”
“…o controle remoto alterou nossa percepção de…”
“…pra que serve TV a cabo? Para não assistirmos nenhum canal inteiro…”
“…o que educava a nossa paciência…e o que deseduca a nossa paciência…”
“…o ápice do anonimato…”
Palestra Não nascemos prontos – parte 2
Algumas notas interessantes sobre esta 3ª parte do vídeo:
“…a tecnologia não pode nos submeter…”
“…o telefone fixo fazia a mediação entre meus amigos e eu…”
“…você não sabe onde seu filho está, porque ele é móvel como o celular…”
“…tecnologia não é neutra, ela produz efeitos…”
“…criar com os filhos outra lógica de comunicação…”
“…personalidade ética é construída quando nós prestamos atenção…”
“…os jovens de hoje adoram ensinar…”
“…tudo é fast…tudo é imediato…”
“…a sociedade do imediato, ela nos atinge…”
“…os resultados de procurar o prático ao invés do certo…”
“…o Deus mercado…”
“…viver o presente até o esgotamento siginifica…”
“…a lógica de que o mundo não tem história, e quem não tem história vive o presente até o esgotamento…”
“…viver a vida no limite do turbinamento…”
Palestra Não nascemos prontos – parte 3
Algumas notas interessantes sobre esta 4ª parte do vídeo:
“…construir uma personalidade ética exige de nós…”
“…o sucesso pela capacidade de amorosidade…”
“….amorosidade sem competência é mera boa intenção…”
“…sinal de loucura neste começo de século XXI: a família sai de casa para comer comida caseira…”
“…finaliza a palestra com a citação do renascentista francês François Rabelais: conheço muitos que não puderam quando deviam porque não quiseram quando podiam…”
Palestra Não nascemos prontos – parte 4

sábado, 24 de agosto de 2013

O que é essa tal filosofia.....

A palavra é formada por duas palavras gregas, “filo” que quer dizer amor ou amizade e “sophia” que quer dizer sabedoria ou conhecimento. Filosofia portanto seria amor pelo conhecimento, pela sabedoria.A palavra é formada por duas palavras gregas, “filo” que quer dizer amor ou amizade e “sophia” que quer dizer sabedoria ou conhecimento. Filosofia portanto seria amor pelo conhecimento, pela sabedoria.O termo foi inventado por Pitágoras, por volta do século VI a.C.Mas muito antes disso ja faziam filosofia,só o termo foi dado por Pitagoras. Definir filosofia não é algo fácil.Mas podemos dizer que o filosófo é amante da verdade,mas não o dono do saber e sim de a procurar e está fora de seu domínio, seu papel é buscar a sabedoria, relacionar-se com ela e dividi-la com os outros.Levar-se ao questionamento e reflexão e levando,ensinando as pessoas a pensar!!(Ana Maria)


Uma breve definição!!

O que é Filosofia:

Filosofia é o estudo de problemas fundamentais relacionados a existência, ao conhecimento, à verdade, aos valores morais e estéticos, à mente e à linguagem, filosofia é uma palavra grega, que significa "amor à sabedoria". Filósofo é um indivíduo que busca o conhecimento de si mesmo, sem uma visão pragmática, é movido pela curiosidade e sobre os fundamentos da realidade. Além do desenvolvimento da filosofia como uma disciplina, a filosofia é intrínseca à condição humana, não é um conhecimento, mas uma atitude natural do homem em relação ao universo e seu próprio ser.
A filosofia foca questões da existência humana, mas diferentemente da religião, não é baseada na revelação divina ou na fé e sim na razão. Desta forma, a filosofia pode ser definida como a análise racional do significado da existência humana, individual e coletivamente, com base na compreensão do ser. Apesar de algumas semelhanças com a ciência, muitas das perguntas da filosofia não podem ser respondidas pelo empirismo experimental.
A filosofia pode ser dividido em vários ramos. A filosofia do ser, por exemplo, inclui a metafísica, ontologia e cosmologia, entre outras disciplinas. A filosofia do conhecimento inclui a lógica e a epistemologia, enquanto filosofia de trabalho está relacionado a questões como a ética.
Diversos filósofos deixaram seu nome gravado na história mundial, com suas teorias que são debatidas, aceitas e condenadas até os dias de hoje. Alguns desses filósofos são Aristóteles, Pitágoras, Platão, Sócrates, Descartes, Locke, Kant, Freud, Habermas e muitos outros. Cada um desses filósofos fez suas teorias baseadas nas diversas disciplinas da filosofia, lógica, metafísica, ética, filosofia política, estética e outras.
Nos dias de hoje a palavra "filosofia" é muitas vezes usada para descrever um conjunto de ideias, atitudes e ideais, como por exemplo: "filosofia de vida", "filosofia política", "filosofia da educação", "filosofia reggae", etc.